Um mar, muita história e uma dieta: características da Dieta Mediterrânea

Viajar por países agraciados pelo mar mediterrâneo, é receber um banho de cultura, história e beleza.  Da Turquia à Croácia, do sul da França à Espanha, da magnitude italiana aos encantos da Grécia de Zeus.

Sim, o mar mediterrâneo é um deslumbre para a alma e os povos que o cercam oferecem uma festa gastronômica para o mais apurado paladar.  Aliás, tais povos, intrigavam os pesquisadores que queriam saber o porquê de serem tão saudáveis e, não obstante, depararam-se com uma riqueza de aromas e texturas vindas da alimentação.

Logo, a partir da década de 50, Ancel Keys, médico de origem norte-americana começou estudar a fundo a cultura dos povos mediterrâneos e se deparou com características econômicas, sociais e culturais muito peculiares. Descobriu que o estilo de vida desses habitantes reduzia o risco de doenças cardiovasculares e também proporcionava longevidade. Para além disso, outros pesquisadores de toda parte do mundo, consideram a alimentação de origem mediterrânea, muito importante para prevenção de outras doenças como, por exemplo, diabetes tipo II, diminuição do colesterol LDL, bem como,  menor incidência de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e Parkinson,  prevenção de esteatose hepática e, até mesmo em alguns casos de câncer  de intestino e mama.

Com tantos benefícios reconhecidos, a então denominada Dieta Mediterrânea foi condecorada pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 2010. Isto posto, vale a pena destacar com toda minúcia de detalhes o que compreende a alimentação ao modo mediterrâneo.

Antes de mais nada, o estilo de vida dos habitantes do mediterrâneo inclui práticas de atividade física como, por exemplo, andar de bicicleta e caminhadas e, é claro, que mexer o corpo afasta o estresse e melhora a vitalidade. Porém, a alimentação requer um olhar especial, vale dizer que, o alto consumo de azeite extravirgem, baixo consumo de carnes vermelhas, e consumo moderado de lácteos e álcool estão entre os hábitos desses povos.

No mais, a Dieta Mediterrânea é um banquete de alimentos muito frescos como, verduras, legumes e frutas, além de peixes, aves e nozes. Não há, por exemplo, excesso de açúcar refinado e guloseimas no geral, além de embutidos e alimentos ultraprocessados.

O que precisa ficar bem elucidado, é que a Dieta Mediterrânea não tem por objetivo o emagrecimento, todavia, o emagrecimento ocorre, porque em termos de alimentação, é tudo muito natural e em quantidades adequadas mas, isoladamente, não é eficaz. Uma atividade física regular, cuidar da saúde mental e ter momentos de lazer constituem em um conjunto muito favorável para a qualidade de vida como um todo aliado à alimentação.

Resumindo, o estilo de vida mediterrâneo traz benefícios para a saúde do corpo e da mente, evita que doenças se instalem no organismo e também auxilia o emagrecimento de uma forma saudável e prazerosa.

Referência:  Dieta Mediterrânea e Saúde Metabólica: Papadaki A, Nolen-Doerr E, Mantzoros C. The Effect of the Mediterranean Diet on Metabolic Health: A Systematic Review and Meta-Analysis of Controlled Trials in Adults. Nutrients. 2020; 12(11): 3342. https://dx.doi.org/10.3390%2Fnu12113342.

Muffins de espinafre e queijo

Serve: 12 a 15 unidades 😋
Tempo de preparo: 40 minutos ⏰

Ingredientes

  • ½ xícara (chá) de leite integral
  • ½ xícara (chá) e azeite de oliva extravirgem
  • 2 ovos
  • 1 xícara (chá) de farinha de trigo
  • 1 e ½ xícara (chá) de aveia em flocos
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó
  • 1 maço de espinafre picado
  • 1 tomate sem sementes picado
  • 150g de queijo ralado de sua preferência

Modo de preparo

Em uma tigela grande coloque o leite, o óleo e os ovos. Misture tudo até ficar homogêneo.
Acrescente a farinha, o farelo de aveia e o fermento peneirados e misture até integrar todos os ingredientes.
Em seguida, acrescente o espinafre, o tomate e o queijo e mexa.
Transfira essa massa para forminhas de muffins untadas e enfarinhadas.
Leve em forno pré-aquecido a 180° por 30 minutos e sirva quente ou frio.

Sugestão: pode substituir o espinafre por: brócolis, cenoura e abobrinha.
Dica: pode acrescentar também, azeitonas, cebola e salsa picada.

Por que implantar uma cantina mais saudável na sua escola?

As vantagens de ter uma Cantina com alimentos mais saudáveis não se aplica somente aos alunos, inclui também professores, funcionários e toda equipe escolar que, possivelmente, irão recorrer a este estabelecimento quando sentir fome, vontade de comer algo diferente ou saciar a sede e, porque não, implementar a sua Cantina com refeições práticas, baratas e mais equilibradas?

Muitos podem pensar que, na prática, essa proposta não funciona, no entanto, quando o processo é feito com a participação de todos os envolvidos, o projeto se torna, gradualmente, uma realidade.

E como fazer?

a direção da escola pode reunir-se com os cantineiros, professores e coordenadores e montar uma lista e descrever os alimentos vendidos na cantina. Isto inclui, doces e salgados industrializados; doces e salgados preparados pela própria cantina; bebidas industrializadas e naturais; guloseimas como gomas de mascar, balas, chocolates, sorvetes e salgadinhos de pacote, entre outros;

a partir desta lista, observem e check os alimentos que têm mais saída, os alimentos que consideram mais saudáveis e os menos saudáveis;

em seguida, faça uma pesquisa com os próprios alunos e veja quais alimentos ou refeições eles gostariam que a cantina oferecesse e, depois, analisem o que é possível introduzir e o que é inviável considerando custo-benefício e saúde dos comensais;

antes de inserir novos alimentos sugeridos pelos educandos, busquem na cantina aqueles que podem ser melhorados como, por exemplo, as preparações fritas (apesar de ser uma lei em São Paulo a exclusão das mesmas) como pastel, quibe, batatas podem ser assados; os sucos de caixinha e refrigerantes por sucos de frutas naturais, água de coco natural e água com gás; as bebidas lácteas, por leite batido com cacau ou vitamina; bolos industrializados por caseiros; lanches com o acréscimo de verduras e legumes, entre outras preparações e também, pensar nos alunos com intolerâncias e alergias alimentares, mas este tópico vou abordar em outro post;

A inserção de novos alimentos na Cantina deve ser feita de forma gradativa ou de tempos em tempos, assim as mudanças não serão bruscas e não terão efeito negativo.

É por meio dessas orientações que a escola vai se tornando um ambiente acolhedor e saudável para as crianças, adolescentes e todos que estão engajados na busca da reeducação alimentar e qualidade de vida.

Contudo, o profissional nutricionista é o mais indicado para auxiliar a sua escola a ser referência em educação alimentar e nutricional, pois, ele pode fazer treinamentos e capacitações para funcionários da cantina e os colaboradores envolvidos no processo de pré-preparo e preparo das refeições, também será o nutricionista o responsável por conduzir a segurança alimentar no que se refere às boas práticas para alimentação saudável e, além disso, ele poderá palestrar para os pais e alunos, organizar rodas de conversas de debates sobre o comportamento diante da comida e eventos abertos para a comunidade escolar.

Dessa forma é possível perceber o quanto a escola pode contribuir para um estilo de vida mais saudável? 

No item receitas, você vai encontrar o preparo de um muffin salgado muito simples e saboroso e tenho certeza que poderá fazer a diferença na sua cantina.

É preciso olhar com mais atenção e respeito para a obesidade de nossas crianças e adolescentes.

Ser “zoado” pelo colega da turma, irmãos, primos, não ser escolhido para participar das atividades físicas, passar por constrangimentos no recreio e intervalos escolares por conta do peso, nunca teve graça e, está na hora de colocar um ponto final nesta história.

Alguns dados são alarmantes quando o assunto é obesidade infantil e na adolescência. Estima-se que 15% das crianças e 8% dos adolescentes apresentam problemas com excesso de peso, e 8 em cada 10 adolescentes tendem a se tornar obesos quando atingirem a idade adulta. Tal situação serve de alerta a você, pai, mãe, educador porque, são vocês, as figuras que representam o modelo de vida que esse público quer ser quando crescer.

Para tanto, é pertinente informar que, nestas fases da vida, o ganho de peso tem sua origem em hábitos alimentares inadequados quanto às quantidades e também a qualidade do que se consome, na falta de atividades e exercícios físicos regulares, má relação com a família, distúrbios psicológicos, fator genético, além de outros. 

E o que pode ser feito para amenizar essa situação cada vez mais comum em nossa sociedade?

Primeiro, acolher essa criança e adolescente dentro da família e no ambiente escolar entendendo que obesidade é uma condição e não uma sentença mas que pode agravar o estado de saúde desses indivíduos e, você, adulto, tem o dever de zelar pelo bem estar dos menores. 

Mas, qual a melhor maneira da família colocar isso em prática?

Você que é pai e mãe, olhe nos olhos de seu filho, abrace-o, converse com carinho e estabeleça com ele um vínculo que o faça perceber que ele tem em você segurança e confiança e, acima de tudo, que se sinta amado e protegido. Depois, estimule o consumo de frutas, legumes e verduras ou invés dos doces e outras guloseimas, porém, não se esqueça que você é um exemplo para ele, então consuma também esses alimentos e mais, faça preparações que priorizem o baixo teor de gordura como, por exemplo, refogar, assar e grelhar ao invés de fritar. Convide seus filhos a cozinhar com você pois, quanto mais próximos dos alimentos melhor a relação com a comida, faça as refeições em família sempre que possível e, não deixe que a tv ou o celular estejam presentes nestes momentos. 

Ah, brincadeiras que exercitam o corpo também são bem vindas além de serem divertidas. Pule corda, jogue bola, corra, ande de bicicleta. Tudo isso ajuda a ter uma qualidade de vida melhor, estabelece a conexão afetiva com seu filho e contribui com a saúde mental e peso adequado para idade.

E como a escola pode contribuir?

A escola, por sua essência, tem a função de educar e preparar o educando para a cidadania, e isso envolve não somente o ato de raciocinar, ler e escrever mas, também, de refletir sobre os diversos aspectos da vida, desenvolver a criticidade, bem como, saber fazer escolhas que não prejudique a si, ao próximo e o meio ambiente. 

Claro está que, a alimentação faz parte do ensino-aprendizagem do indivíduo em fase escolar e, saber fazer escolhas alimentares é algo imprescindível para a saúde deste público. Para tanto, você, diretor, professor, coordenador, conselheiros são peças fundamentais nessa engrenagem que denominamos de Educação Alimentar e Nutricional e, nós nutricionistas, contamos muito com a colaboração de toda equipe escolar.

Pensando nisso, qual o papel da escola?

O primeiro compromisso de uma escola é acolher e respeitar os seus alunos com quaisquer situações relacionadas ao peso, seletividade alimentar ou mesmo intolerâncias e alergias alimentares.

A escola pode aplicar atividades interdisciplinares, considerando o grau de escolaridade dos educandos, que envolvam a alimentação como, por exemplo, histórias em quadrinhos, contação de histórias, varal dos alimentos, bingo dos alimentos, gincanas, entre outros. Peças teatrais, oficinas culinárias, oficinas de pais e filhos na cozinha, visitas a supermercados e feiras locais, projeto de horta, assim como, palestras para educandos, pais e professores. Além de tudo isso, é possível a escola contratar o serviço de um nutricionista para realizar avaliação nutricional com alunos, administrar uma roda de conversa, desenvolver um projeto de educação alimentar e nutricional para uma determinada turma, montar lancheiras saudáveis, revitalizar e adequar os alimentos oferecidos na cantina e pela própria escola.

Como você pode perceber, a alimentação no ambiente familiar e nas escolas é tão importante nas idades infantil e na adolescência que não é algo que pode ser ignorado e sim, aprendido e aprimorado, para que constrangimentos, zoações e exclusões não sejam mais uma realidade que afeta tanto nossas crianças e adolescentes. 

E você, pode mudar essa realidade, pense nisso!

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