Ciclo das dietas restritivas: o que você precisa saber

Quem nunca tentou fazer inúmeras dietas buscando o emagrecimento?
Dieta da lua, dieta da sopa, dieta do tipo sanguíneo, dieta paleo, dieta da proteína, dieta da USP, dieta das frutas, entre tantas outras. Nos primeiros meses de qualquer uma dessas dietas, é possível observar a perda de peso, no entanto, com o passar do tempo, o indivíduo retorna ao seu peso original ou acaba engordando o dobro.

Afinal, o que é dieta?

Dieta é tudo o que uma pessoa costuma comer no seu dia a dia com ou sem restrições, ou seja, alimentos in natura como, por exemplo, as frutas, os legumes, verduras e os industrializados, como as guloseimas, comidas prontas congeladas, fast foods, pães, embutidos, enlatados entre outros. Já a dieta restritiva, é aquela que restringe ou retira algum nutriente, ou alimento do consumo habitual do indivíduo por questões envolvendo alguma patologia ou por finalidade de emagrecimento.

Em casos de doenças, a dieta restritiva é indicada mediante diagnóstico específico, no qual, determinado alimento ou nutriente, poderá trazer prejuízos à saúde da pessoa. Exemplos, intolerâncias e alergias alimentares, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia além de outras patologias.

No que se refere ao emagrecimento, a dieta restritiva leva a uma perda de peso momentânea, porém não é indicada, pois ao retornar a consumir o alimento que foi retirado ou houve a diminuição brusca de calorias, o cérebro entende que precisa comer mais deste alimento em que foi privado, pois, é uma estratégia inteligente do organismo para poupar reservas do nutriente caso haja escassez novamente e, o resultado disso é o reganho de peso e, pior ainda, adquirir peso dobrado, ou seja, você acaba engordando.

Quando o indivíduo inicia uma dieta restritiva, vai privar-se ou diminuir muito determinados alimentos, isso faz com que a pessoa tenha mais vontade de consumir aquele alimento que foi proibido e ela vai consumir além do indicado e, consequentemente, ocorre o abandono da dieta com o sentimento de culpa, o que a leva a recomeçar ou investir em uma nova dieta. Resumindo, é um ciclo que vai e volta.

O certo é que, ficar preso a este ciclo, além de não surtir o efeito esperado, não é nada saudável. Veja o que ocorre:

  • Efeito sanfona: a pessoa engorda, emagrece, engorda e emagrece.
  • Comprometimento da saúde física: indisposição e danos aos órgãos como, por exemplo, desregula hormônios e funcionamento intestinal, enxaqueca, intolerâncias podem surgir, sensibilidades a determinados nutrientes, perdas de vitaminas e minerais
  • Comprometimento da saúde mental: irritação, ansiedade, além de abrir caminhos para o desenvolvimento de transtornos alimentares como anorexia, bulimia e compulsão.

Então, qual o melhor caminho para quem busca o emagrecimento?

Reeducar a alimentação e buscar a mudança de comportamento é um caminho seguro para melhorar sua alimentação e, consequentemente, alcançar o tão almejado emagrecimento, pois é duradouro e sem restrições. Por isso, esqueça as dietas restritivas se não tem nenhuma doença que o impeça de comer o que quer, pois, saiba ser um ciclo que não conduz a qualidade de vida, pelo contrário, te leva a desenvolver aspectos nada saudáveis.

Saúde da mulher acima dos 45 anos: cuidados além da estética.

Com o decorrer do tempo, a idade avança, os cabelos ficam grisalhos, a pele um pouco mais flácida, há um acúmulo de gordura abdominal, a falta de ânimo bate à porta e você, mulher, percebe que algo mudou e, muitas vezes, se sente sozinha por não entender o que está acontecendo com seu corpo, seu humor e seus sentimentos.

Diante desta circunstância que é, por sua vez, uma tarefa difícil, porém natural, é possível buscar  intervenções que ajudem você a transitar por esta nova fase com leveza e sabedoria e entender que, não se trata apenas de beleza e estética, as camadas são mais densas e profundas porque envolvem o seu bem estar físico, mental e emocional.

Proponho que reflita por um instante e observe se já pensou em alguma das perguntas abaixo:

  • Por que estou ganhando peso?
  •  Por que estou indisposta para praticar atividade física?
  •  Por que estou indisposta para os afazeres do dia a dia?
  •  Por que ando sem muita paciência?
  •  Por que meu humor oscila o tempo todo?
  •  Por que não tenho mais o mesmo rendimento que tinha no trabalho?
  • Será que estou com alguma doença: hipotiroidismo, diabetes tipo II, depressão, ansiedade?
  • Por que estou sentindo esse calor inexplicável?
  • Por que minha libido está baixa?

Será que já estou entrando na menopausa?

Sim, você pode estar sentindo cada uma das questões acima e, pode estar entrando na menopausa. Isso te assusta? Te deixa insegura? 

Para afastar o medo e a insegurança que são comuns neste período da vida da mulher, o melhor caminho é o conhecimento. Procurar um endócrino, a sua ginecologista e, também, uma nutricionista, é o começo para viver, daqui para frente, com mais tranquilidade e ciente das transformações que estão acontecendo com você.

Então, o que é a menopausa?

É o último ciclo menstrual em mulheres entre 45 a 55 anos, ocorrendo variações hormonais, especialmente, a diminuição do estrogênio. Conforme o estrogênio vai diminuindo, as ondas de calor vão se acentuando, pode apresentar alteração da libido e secura vaginal e, com o passar do tempo, outros sintomas podem aparecer como, por exemplo, osteoporose, depressão, doença cardiovascular, doença de Alzheimer e ganho de gordura corporal, em especial, no abdômen. 

Mas não se assuste, existe tratamento que será indicado pelo médico conforme os seus sintomas e condições de saúde. Um exemplo disso, é a reposição hormonal, que apesar de ser controversa, conversando com o seu médico, você poderá esclarecer todas as dúvidas e ver se, no seu caso, há necessidade para a reposição de hormônios. No mais, atividade física regular, lazer e boa alimentação são indicadores de melhora dos sintomas.

Como a alimentação pode ajudar a amenizar os sintomas da menopausa?

  • Consumir alimentos ricos em Cálcio: leites, iogurtes, queijos magros, coalhada, sementes de gergelim, tahine, repolho, aipo, couve, entre outros;
  • Incluir: inhame, linhaça, chia, azeite de oliva extravirgem, castanhas;
  • Aumentar: consumo de frutas, legumes e verduras, grãos e oleaginosas;
  • Reduzir: cortes gordos de carne, carnes vermelhas e produtos ultraprocessados.

Com essas orientações, você irá perceber que o cabelo grisalho poderá ganhar cor, a pele flácida poderá melhorar com tratamentos estéticos, que a atividade física irá te ajudar com a questão da gordura abdominal, a manter a mente focada e livre de estresse, que uma alimentação equilibrada te deixará mais feliz porque seus hormônios serão regulados porque você, mulher acima dos 45 anos, merece ter uma vida saudável que está além da beleza externa.

Busque um endócrino e um ginecologista e, não se esqueça que uma nutricionista é fundamental para esta etapa da sua vida.

Referências:

Oliveira, A. R., et al. Promoção à saúde da mulher: desmistificando o climatério. Brazilian Journal of Development, 5(10), 21431-21442, 2019.
Raphaelli, C. O., Pereira, E. L., & Bampi, S. R. Importância da alimentação e da nutrição no climatério. Epitaya E-books, 1(2), 47-57, 2021.

Um mar, muita história e uma dieta: características da Dieta Mediterrânea

Viajar por países agraciados pelo mar mediterrâneo, é receber um banho de cultura, história e beleza.  Da Turquia à Croácia, do sul da França à Espanha, da magnitude italiana aos encantos da Grécia de Zeus.

Sim, o mar mediterrâneo é um deslumbre para a alma e os povos que o cercam oferecem uma festa gastronômica para o mais apurado paladar.  Aliás, tais povos, intrigavam os pesquisadores que queriam saber o porquê de serem tão saudáveis e, não obstante, depararam-se com uma riqueza de aromas e texturas vindas da alimentação.

Logo, a partir da década de 50, Ancel Keys, médico de origem norte-americana começou estudar a fundo a cultura dos povos mediterrâneos e se deparou com características econômicas, sociais e culturais muito peculiares. Descobriu que o estilo de vida desses habitantes reduzia o risco de doenças cardiovasculares e também proporcionava longevidade. Para além disso, outros pesquisadores de toda parte do mundo, consideram a alimentação de origem mediterrânea, muito importante para prevenção de outras doenças como, por exemplo, diabetes tipo II, diminuição do colesterol LDL, bem como,  menor incidência de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e Parkinson,  prevenção de esteatose hepática e, até mesmo em alguns casos de câncer  de intestino e mama.

Com tantos benefícios reconhecidos, a então denominada Dieta Mediterrânea foi condecorada pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 2010. Isto posto, vale a pena destacar com toda minúcia de detalhes o que compreende a alimentação ao modo mediterrâneo.

Antes de mais nada, o estilo de vida dos habitantes do mediterrâneo inclui práticas de atividade física como, por exemplo, andar de bicicleta e caminhadas e, é claro, que mexer o corpo afasta o estresse e melhora a vitalidade. Porém, a alimentação requer um olhar especial, vale dizer que, o alto consumo de azeite extravirgem, baixo consumo de carnes vermelhas, e consumo moderado de lácteos e álcool estão entre os hábitos desses povos.

No mais, a Dieta Mediterrânea é um banquete de alimentos muito frescos como, verduras, legumes e frutas, além de peixes, aves e nozes. Não há, por exemplo, excesso de açúcar refinado e guloseimas no geral, além de embutidos e alimentos ultraprocessados.

O que precisa ficar bem elucidado, é que a Dieta Mediterrânea não tem por objetivo o emagrecimento, todavia, o emagrecimento ocorre, porque em termos de alimentação, é tudo muito natural e em quantidades adequadas mas, isoladamente, não é eficaz. Uma atividade física regular, cuidar da saúde mental e ter momentos de lazer constituem em um conjunto muito favorável para a qualidade de vida como um todo aliado à alimentação.

Resumindo, o estilo de vida mediterrâneo traz benefícios para a saúde do corpo e da mente, evita que doenças se instalem no organismo e também auxilia o emagrecimento de uma forma saudável e prazerosa.

Referência:  Dieta Mediterrânea e Saúde Metabólica: Papadaki A, Nolen-Doerr E, Mantzoros C. The Effect of the Mediterranean Diet on Metabolic Health: A Systematic Review and Meta-Analysis of Controlled Trials in Adults. Nutrients. 2020; 12(11): 3342. https://dx.doi.org/10.3390%2Fnu12113342.

Como a abordagem comportamental e reeducação alimentar pode te ajudar a lidar com o diabetes

O autocuidado

O diagnóstico de diabetes pode ser estressante e causar medo, ansiedade e muitas dúvidas. Então comece a cuidar do seu bem-estar mental, emocional e físico para enfrentar esta nova condição com mais leveza.

Cuide da sua mente

Informar-se sobre o diabetes é algo natural. Contudo, o excesso de informação pode aumentar sua ansiedade e o stress. Por isso faça atividades que relaxem a mente como meditação, boa leitura e lembre-se que, você não é sua doença, respire.
Faça a seguinte pergunta: “o que eu gosto de fazer para não ficar o tempo todo pensando em Diabetes?” Talvez você descubra que ler um livro, aprender a meditar, ouvir uma música, dançar, desenvolver práticas culinárias, jardinagem, pintura, ou qualquer outra atividade artesanal pode ser prazeroso e ajuda a mudar o foco, porque sua vida é maior que o Diabetes.

Cuide do corpo físico

Alimente-se com comida de verdade, em poucas quantidades e mais horas por dia, respeitando sua fome, não precisa excluir nada, só ter moderação. Faça exercício físico que goste, comece aos poucos e durma bem. Descanse, não faça nada, dê um tempo das redes sociais, você irá se sentir com mais disposição.
Faça a seguinte pergunta: “qual atividade física me faz sentir melhor?” Se não souber, permita-se experimentar.
Tente uma leve caminhada, uma aula de musculação, zumba, um esporte na água, dança de salão, tênis de mesa, pilates, treino funcional. Qualquer atividade corporal é benéfica, por isso, comece aos poucos, sinta qual te dá mais prazer. O importante é o movimento pois, ele auxilia a reduzir a gordura, melhora a sensibilidade à insulina e ativa o GLUT4 que consegue captar a glicose do sangue para o músculo.
Vale a pena, não é mesmo?

Cuide das suas emoções

As emoções podem dominar você e aprender a gerenciá-las é fundamental. Reconhecer seus sentimentos e não os ignorar é o primeiro passo para cuidar da sua saúde emocional. É natural sentir raiva, medo diante do diagnóstico de Diabetes, então, sinta, chore e acolha a sua dor. Assim vai ter mais clareza e força para lidar com essa nova condição.

Faça a seguinte pergunta: “como eu me sinto quando…?” Você vai ficar surpresa quando observar as suas emoções quando acontece algo adverso. Pode sentir raiva, medo, tristeza, vazio, felicidade, amor, compaixão. Seja como for, sinta, acolha e anote num caderninho suas emoções pois, isto te trará clareza e autoconhecimento, além de te ajudar a manter o foco quanto à sua saúde.

Diabetes e nutrição comportamental

Receber o diagnóstico de diabetes não é nada agradável, não é mesmo? Surgem inúmeras dúvidas, receios de ter que parar de comer o que gosta, preocupações em se alimentar fora de casa e, em alguns casos, incluir um medicamento de rotina.

Mas você sabia que a reeducação alimentar e a nutrição em abordagem comportamental podem te ajudar a passar por este momento tão delicado?


Pois é, conhecendo bem os alimentos e suas funções no organismo, sabendo administrar as quantidades das porções ao longo do dia, conciliar suas vontades alimentares com a condição da doença e, principalmente, aprendendo a se conhecer e respeitar o seu corpo é que você vai perceber que o diabetes tipo 2 é controlável e, sem ter que cortar os alimentos que adora, até mesmo, os doces. Você acha impossível?


Não é impossível, e eu vou te dizer o porquê:


1º você precisa conhecer essa doença, saber o que é, quais são suas causas, sintomas, se pode agravar ou não com o tempo pois, quando se tem conhecimento fica mais fácil entender, combater e amenizar;


2º acolher, aceitar e respeitar. Isso mesmo, quando você entende que está com algum problema de saúde, o acolhimento, a aceitação e o respeito fazem parte do processo de tratamento e cura. Toda vez que você rejeita, questiona o porquê, ignora a doença, ela não desaparece, pelo contrário, continua ali piorando com o tempo e você, por não entender, acaba se maltratando física e psicologicamente.;


3º você agora já tem importantes informações sobre o diabetes; você já acolheu, aceitou e respeitou à nova condição. O que você pode fazer a partir deste momento? Existem alguns caminhos que você pode seguir porque agora você tem condições de escolher o que fazer como, por exemplo, buscar ajuda de um médico especialista em diabetes, um endocrinologista, talvez um psicólogo se o diagnóstico atingiu seu mental de tal forma que seja difícil seguir sem o apoio desse profissional, buscar apoio dos familiares e amigos mas, principalmente, buscar um profissional da nutrição pois, ele está preparado para te ajudar a organizar e orientar a sua relação com aquilo que consome e o diabetes.


Um nutricionista comportamental e de reeducação nutricional irá te auxiliar na mudança de comportamento respeitando quem você é como um todo. Ajudará a compreender melhor o que é o diabetes sem dizer: “coma isso ou aquilo porque é mais saudável”; “não coma isso porque tem muito carboidrato” ou “não acredito que você comeu chocolate hoje?” Ele simplesmente vai te acolher sem te julgar porque o nutricionista em abordagem comportamental entende suas dores, emoções e sentimentos, ele segue lado a lado com você adequando o que é possível à sua realidade.

Por isso, vou te dar algumas orientações para que você comece a cuidar melhor da sua saúde na condição de diabetes:

  • Incluir pequenos lanches entre as refeições principais;
  • Prefira os alimentos in natura ou minimamente processados;
  • Opte por alimentos com menor teor de gordura como cortes de carnes magros, pães, bolos e biscoitos sem recheios;
  • Evite bebidas açucaradas, escolha sucos naturais, águas saborizadas caseiras, água de coco natural e, tente incluir mais água no dia a dia;
  • Comece praticando um exercício físico, qualquer um que goste e se sinta bem pelo menos 3 vezes na semana por 30 minutos.
  • Procure fazer uma atividade relaxante, como ler um livro, meditações guiadas, artesanato, aprender algo novo.
  • Sempre faça para si os seguintes questionamentos: “se eu fizer isto o que eu vou ter de benefício? “se eu fizer aquilo o que vou ter de prejuízo? “; “o que é melhor para mim?” Lembre-se que, você é única pessoa que sabe exatamente o que se passa com você, por isso, essas perguntas servem para refletir e se conhecer melhor diante a uma situação adversa.
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