Por que implantar uma cantina mais saudável na sua escola?

As vantagens de ter uma Cantina com alimentos mais saudáveis não se aplica somente aos alunos, inclui também professores, funcionários e toda equipe escolar que, possivelmente, irão recorrer a este estabelecimento quando sentir fome, vontade de comer algo diferente ou saciar a sede e, porque não, implementar a sua Cantina com refeições práticas, baratas e mais equilibradas?

Muitos podem pensar que, na prática, essa proposta não funciona, no entanto, quando o processo é feito com a participação de todos os envolvidos, o projeto se torna, gradualmente, uma realidade.

E como fazer?

a direção da escola pode reunir-se com os cantineiros, professores e coordenadores e montar uma lista e descrever os alimentos vendidos na cantina. Isto inclui, doces e salgados industrializados; doces e salgados preparados pela própria cantina; bebidas industrializadas e naturais; guloseimas como gomas de mascar, balas, chocolates, sorvetes e salgadinhos de pacote, entre outros;

a partir desta lista, observem e check os alimentos que têm mais saída, os alimentos que consideram mais saudáveis e os menos saudáveis;

em seguida, faça uma pesquisa com os próprios alunos e veja quais alimentos ou refeições eles gostariam que a cantina oferecesse e, depois, analisem o que é possível introduzir e o que é inviável considerando custo-benefício e saúde dos comensais;

antes de inserir novos alimentos sugeridos pelos educandos, busquem na cantina aqueles que podem ser melhorados como, por exemplo, as preparações fritas (apesar de ser uma lei em São Paulo a exclusão das mesmas) como pastel, quibe, batatas podem ser assados; os sucos de caixinha e refrigerantes por sucos de frutas naturais, água de coco natural e água com gás; as bebidas lácteas, por leite batido com cacau ou vitamina; bolos industrializados por caseiros; lanches com o acréscimo de verduras e legumes, entre outras preparações e também, pensar nos alunos com intolerâncias e alergias alimentares, mas este tópico vou abordar em outro post;

A inserção de novos alimentos na Cantina deve ser feita de forma gradativa ou de tempos em tempos, assim as mudanças não serão bruscas e não terão efeito negativo.

É por meio dessas orientações que a escola vai se tornando um ambiente acolhedor e saudável para as crianças, adolescentes e todos que estão engajados na busca da reeducação alimentar e qualidade de vida.

Contudo, o profissional nutricionista é o mais indicado para auxiliar a sua escola a ser referência em educação alimentar e nutricional, pois, ele pode fazer treinamentos e capacitações para funcionários da cantina e os colaboradores envolvidos no processo de pré-preparo e preparo das refeições, também será o nutricionista o responsável por conduzir a segurança alimentar no que se refere às boas práticas para alimentação saudável e, além disso, ele poderá palestrar para os pais e alunos, organizar rodas de conversas de debates sobre o comportamento diante da comida e eventos abertos para a comunidade escolar.

Dessa forma é possível perceber o quanto a escola pode contribuir para um estilo de vida mais saudável? 

No item receitas, você vai encontrar o preparo de um muffin salgado muito simples e saboroso e tenho certeza que poderá fazer a diferença na sua cantina.

É preciso olhar com mais atenção e respeito para a obesidade de nossas crianças e adolescentes.

Ser “zoado” pelo colega da turma, irmãos, primos, não ser escolhido para participar das atividades físicas, passar por constrangimentos no recreio e intervalos escolares por conta do peso, nunca teve graça e, está na hora de colocar um ponto final nesta história.

Alguns dados são alarmantes quando o assunto é obesidade infantil e na adolescência. Estima-se que 15% das crianças e 8% dos adolescentes apresentam problemas com excesso de peso, e 8 em cada 10 adolescentes tendem a se tornar obesos quando atingirem a idade adulta. Tal situação serve de alerta a você, pai, mãe, educador porque, são vocês, as figuras que representam o modelo de vida que esse público quer ser quando crescer.

Para tanto, é pertinente informar que, nestas fases da vida, o ganho de peso tem sua origem em hábitos alimentares inadequados quanto às quantidades e também a qualidade do que se consome, na falta de atividades e exercícios físicos regulares, má relação com a família, distúrbios psicológicos, fator genético, além de outros. 

E o que pode ser feito para amenizar essa situação cada vez mais comum em nossa sociedade?

Primeiro, acolher essa criança e adolescente dentro da família e no ambiente escolar entendendo que obesidade é uma condição e não uma sentença mas que pode agravar o estado de saúde desses indivíduos e, você, adulto, tem o dever de zelar pelo bem estar dos menores. 

Mas, qual a melhor maneira da família colocar isso em prática?

Você que é pai e mãe, olhe nos olhos de seu filho, abrace-o, converse com carinho e estabeleça com ele um vínculo que o faça perceber que ele tem em você segurança e confiança e, acima de tudo, que se sinta amado e protegido. Depois, estimule o consumo de frutas, legumes e verduras ou invés dos doces e outras guloseimas, porém, não se esqueça que você é um exemplo para ele, então consuma também esses alimentos e mais, faça preparações que priorizem o baixo teor de gordura como, por exemplo, refogar, assar e grelhar ao invés de fritar. Convide seus filhos a cozinhar com você pois, quanto mais próximos dos alimentos melhor a relação com a comida, faça as refeições em família sempre que possível e, não deixe que a tv ou o celular estejam presentes nestes momentos. 

Ah, brincadeiras que exercitam o corpo também são bem vindas além de serem divertidas. Pule corda, jogue bola, corra, ande de bicicleta. Tudo isso ajuda a ter uma qualidade de vida melhor, estabelece a conexão afetiva com seu filho e contribui com a saúde mental e peso adequado para idade.

E como a escola pode contribuir?

A escola, por sua essência, tem a função de educar e preparar o educando para a cidadania, e isso envolve não somente o ato de raciocinar, ler e escrever mas, também, de refletir sobre os diversos aspectos da vida, desenvolver a criticidade, bem como, saber fazer escolhas que não prejudique a si, ao próximo e o meio ambiente. 

Claro está que, a alimentação faz parte do ensino-aprendizagem do indivíduo em fase escolar e, saber fazer escolhas alimentares é algo imprescindível para a saúde deste público. Para tanto, você, diretor, professor, coordenador, conselheiros são peças fundamentais nessa engrenagem que denominamos de Educação Alimentar e Nutricional e, nós nutricionistas, contamos muito com a colaboração de toda equipe escolar.

Pensando nisso, qual o papel da escola?

O primeiro compromisso de uma escola é acolher e respeitar os seus alunos com quaisquer situações relacionadas ao peso, seletividade alimentar ou mesmo intolerâncias e alergias alimentares.

A escola pode aplicar atividades interdisciplinares, considerando o grau de escolaridade dos educandos, que envolvam a alimentação como, por exemplo, histórias em quadrinhos, contação de histórias, varal dos alimentos, bingo dos alimentos, gincanas, entre outros. Peças teatrais, oficinas culinárias, oficinas de pais e filhos na cozinha, visitas a supermercados e feiras locais, projeto de horta, assim como, palestras para educandos, pais e professores. Além de tudo isso, é possível a escola contratar o serviço de um nutricionista para realizar avaliação nutricional com alunos, administrar uma roda de conversa, desenvolver um projeto de educação alimentar e nutricional para uma determinada turma, montar lancheiras saudáveis, revitalizar e adequar os alimentos oferecidos na cantina e pela própria escola.

Como você pode perceber, a alimentação no ambiente familiar e nas escolas é tão importante nas idades infantil e na adolescência que não é algo que pode ser ignorado e sim, aprendido e aprimorado, para que constrangimentos, zoações e exclusões não sejam mais uma realidade que afeta tanto nossas crianças e adolescentes. 

E você, pode mudar essa realidade, pense nisso!

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