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É preciso olhar com mais atenção e respeito para a obesidade de nossas crianças e adolescentes.

Ser “zoado” pelo colega da turma, irmãos, primos, não ser escolhido para participar das atividades físicas, passar por constrangimentos no recreio e intervalos escolares por conta do peso, nunca teve graça e, está na hora de colocar um ponto final nesta história.

Alguns dados são alarmantes quando o assunto é obesidade infantil e na adolescência. Estima-se que 15% das crianças e 8% dos adolescentes apresentam problemas com excesso de peso, e 8 em cada 10 adolescentes tendem a se tornar obesos quando atingirem a idade adulta. Tal situação serve de alerta a você, pai, mãe, educador porque, são vocês, as figuras que representam o modelo de vida que esse público quer ser quando crescer.

Para tanto, é pertinente informar que, nestas fases da vida, o ganho de peso tem sua origem em hábitos alimentares inadequados quanto às quantidades e também a qualidade do que se consome, na falta de atividades e exercícios físicos regulares, má relação com a família, distúrbios psicológicos, fator genético, além de outros. 

E o que pode ser feito para amenizar essa situação cada vez mais comum em nossa sociedade?

Primeiro, acolher essa criança e adolescente dentro da família e no ambiente escolar entendendo que obesidade é uma condição e não uma sentença mas que pode agravar o estado de saúde desses indivíduos e, você, adulto, tem o dever de zelar pelo bem estar dos menores. 

Mas, qual a melhor maneira da família colocar isso em prática?

Você que é pai e mãe, olhe nos olhos de seu filho, abrace-o, converse com carinho e estabeleça com ele um vínculo que o faça perceber que ele tem em você segurança e confiança e, acima de tudo, que se sinta amado e protegido. Depois, estimule o consumo de frutas, legumes e verduras ou invés dos doces e outras guloseimas, porém, não se esqueça que você é um exemplo para ele, então consuma também esses alimentos e mais, faça preparações que priorizem o baixo teor de gordura como, por exemplo, refogar, assar e grelhar ao invés de fritar. Convide seus filhos a cozinhar com você pois, quanto mais próximos dos alimentos melhor a relação com a comida, faça as refeições em família sempre que possível e, não deixe que a tv ou o celular estejam presentes nestes momentos. 

Ah, brincadeiras que exercitam o corpo também são bem vindas além de serem divertidas. Pule corda, jogue bola, corra, ande de bicicleta. Tudo isso ajuda a ter uma qualidade de vida melhor, estabelece a conexão afetiva com seu filho e contribui com a saúde mental e peso adequado para idade.

E como a escola pode contribuir?

A escola, por sua essência, tem a função de educar e preparar o educando para a cidadania, e isso envolve não somente o ato de raciocinar, ler e escrever mas, também, de refletir sobre os diversos aspectos da vida, desenvolver a criticidade, bem como, saber fazer escolhas que não prejudique a si, ao próximo e o meio ambiente. 

Claro está que, a alimentação faz parte do ensino-aprendizagem do indivíduo em fase escolar e, saber fazer escolhas alimentares é algo imprescindível para a saúde deste público. Para tanto, você, diretor, professor, coordenador, conselheiros são peças fundamentais nessa engrenagem que denominamos de Educação Alimentar e Nutricional e, nós nutricionistas, contamos muito com a colaboração de toda equipe escolar.

Pensando nisso, qual o papel da escola?

O primeiro compromisso de uma escola é acolher e respeitar os seus alunos com quaisquer situações relacionadas ao peso, seletividade alimentar ou mesmo intolerâncias e alergias alimentares.

A escola pode aplicar atividades interdisciplinares, considerando o grau de escolaridade dos educandos, que envolvam a alimentação como, por exemplo, histórias em quadrinhos, contação de histórias, varal dos alimentos, bingo dos alimentos, gincanas, entre outros. Peças teatrais, oficinas culinárias, oficinas de pais e filhos na cozinha, visitas a supermercados e feiras locais, projeto de horta, assim como, palestras para educandos, pais e professores. Além de tudo isso, é possível a escola contratar o serviço de um nutricionista para realizar avaliação nutricional com alunos, administrar uma roda de conversa, desenvolver um projeto de educação alimentar e nutricional para uma determinada turma, montar lancheiras saudáveis, revitalizar e adequar os alimentos oferecidos na cantina e pela própria escola.

Como você pode perceber, a alimentação no ambiente familiar e nas escolas é tão importante nas idades infantil e na adolescência que não é algo que pode ser ignorado e sim, aprendido e aprimorado, para que constrangimentos, zoações e exclusões não sejam mais uma realidade que afeta tanto nossas crianças e adolescentes. 

E você, pode mudar essa realidade, pense nisso!

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